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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tudo no seu devido lugar...

Tudo em seu devido lugar... Onde está aquele brinco querido ou o par de sapato que você adora? Ter as coisas organizadas não é só um meio para não perder tempo procurando objetos na bagunça. É um amplo treino para a vida porque o que acontece próximo a você pode ser um retrato de seu universo interno. Assim, se organizar é uma maneira de descartar o que não serve mais e abrir espaço para novas possibilidades. Quem ganha é você.


No longa-metragem Sex and the City, a personagem de Sarah Jessica Parker, Carrie Bradshaw, sonha com um marido bonitão e rico, que, aliás, ela está prestes a conquistar, e também com um closet para organizar as roupas e os sapatos que coleciona. No desenrolar da história, tudo vira de pernas para o ar, e o vendaval que bagunça a vida da moça fica bem retratado na confusão de sua casa, com caixas e coisas espalhadas por todo canto. Tanto que Carrie precisa de uma assistente para ajudá-la na tarefa de se reorganizar. E com essa atitude, de quebra, ela restaura até o coração. Tá bom, isso é filme, ficção, mas a vida da gente não está muito longe disso.

Pense em um monte de colares enrolados um no outro. É desanimador desatar os nós e escolher aquele que seria perfeito para o visual. Você acaba, então, desistindo e guarda tudo na gaveta. Essa também é apenas uma imagem, mas serve de exemplo para refletir sobre como a vida pode ganhar mais tranqüilidade e até beleza quando tudo está no devido lugar. Isso porque quem tem um dia-a-dia minimamente em ordem ganha mais tempo para si mesmo e para fazer o que gosta. “Organizar o que está ao redor, seja a mesa de trabalho, seja o armário, ajuda a arrumar o espaço físico e também estrutura o que acontece dentro de nós. Por exemplo, na antroposofia, criada pelo austríaco Rudolf Steiner, a criança aprende desde pequena a ter uma rotina organizada com suas coisas porque isso gera a segurança”, explica a psicóloga Solveig Milharcic, de São Paulo.

O que propomos aqui não é uma vida superprogramada, porque dessa forma só se ganham mais afazeres e pressão. A idéia é trazer um mínimo de organização e, assim, simplificar tudo. E isso se traduz nas pequenas coisas, como jogar fora os exemplares de jornais antigos e acabar com o caos da mesa de trabalho. “Uma gaveta bagunçada fica registrada em sua mente e mina o chi, a sua energia vital. O que você organiza externamente tem reflexo em seu mundo interior. Basta entrar em um ambiente em desuso, todo bagunçado, para perceber que a sua energia baixa na hora”, diz Mariangela Pagano, consultora de feng shui de São Paulo.

A tradicional filosofia chinesa, ditada aqui pelo feng shui, que harmoniza os ambientes, confirma o que percebemos na prática: a casa e seus diferentes cantos refletem quem você é e como está se sentindo. E, quando a gente dedica um tempo para organizar esses lugares, ganhamos em troca um espaço mais leve. Melhor: a arrumação nos ajuda a olhar com mais carinho para as pequeninas bagunças que existem dentro de nós. Essa reflexão mostra quais aspectos merecem atenção, organização e limpeza. Então, siga em frente nessa faxina.


Diga-me como moras...


O psicólogo Samuel Gosling, da Universidade do Texas, em Austin, fez um estudo que durou dez anos e relacionou a personalidade das pessoas e dos espaços em que vivem. E concluiu que é possível saber muito sobre alguém observando o jeito que a pessoa organiza o quarto, a sala ou o escritório. Segundo o psicólogo, que acaba de lançar o livro Snoop: What Your Stuff Says About You (ed. Basic Books, sem tradução para o português), alguém muito organizado, que mantém os CDs em ordem alfabética, não sai de casa sem deixar a cama impecável e esvazia o lixo assim que joga alguma coisa nele costuma ter um perfil racional e pode ter alguma dificuldade em lidar com as emoções.

“Nossa pesquisa é baseada na hipótese de que os indivíduos deixam em ambientes como quartos e escritórios informações ricas sobre personalidade, habilidades, valores e, principalmente, estilos de vida. Até os retratos que seleciona para pendurar nas paredes, por exemplo, ou os livros que escolhe para ler e a maneira como arruma os objetos à sua volta refletem aspectos de sua personalidade. Nós supomos que os possíveis observadores usam essas informações para formar as impressões sobre a pessoa que ocupa determinado ambiente. Algumas delas podem ser bem exatas e outras nem tanto”, escreve Samuel Gosling sobre seu trabalho.

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